1.1 Introdução histórica
O estudo sobre imagens tridimensionais começou em 1838, quando o cientista britânico Charles Wheatstone criou o estereoscópio, um equipamento bem simples mas que permitia a visualização de cenas tridimensionais a partir de estereogramas, que nada mais são que duas imagens de uma mesma cena com perspectivas ligeiramente diferentes e que quando direcionada individualmente para cada olho faz com que o cérebro tenha uma percepção tridimensional.Abaixo temos uma foto dos estereoscópios e de um antigo estereograma. (clique na imagem para ampliar)
Figuras disponíveis em <www.tecmundo.com.br/historia/36759-a-revolucao-3d-comecou-em-1838-.html>.
Acesso em 10/2014.
Estes estereogramas são bem
interessantes e foram muito importantes para documentação e divulgação de fatos
históricos, como guerras civis e paisagens famosas pelo mundo. Porém com a
invenção do rádio e de outros meios mais modernos de comunicação, caíram em desuso.
Existem algumas formas de perceber a tridimensionalidade utilizando os estereogramas, e isto faz parte dos objetivos deste trabalho. Podemos fazê-lo utilizando um aparelho chamado estereoscópio (que logo mais você aprenderá a construir) ou até mesmo sem o uso de qualquer aparelho e você facilmente encontrará na internet um grande acervo de estereogramas.
Antes de continuarmos, você precisa entender que quando observamos um objeto estamos focalizando nossas retas visuais para um mesmo ponto. Assim, nosso cérebro consegue, baseado no angulo formado entre tais retas visuais, determinar a distância em que se encontra tal objeto e, consequentemente, em que posição este objeto está na dimensão da profundidade. Este processo se chama Estereopsia.
Para começar a entender como tudo isso funciona temos que compreender como nosso cérebro percebe a dimensão da profundidade a partir da nossa visão binocular. Assim, você irá encontrar aqui uma série de passos e procedimentos que, de uma forma prática e divertida, lhe ajudará.
1.2 Teste da alternância com os olhos
Olhe para algum objeto,
pequeno como uma fotografia ou um copo,
que esteja à uns 2 ou 3 metros de distância e estenda sua mão fechada e
com o polegar levantado, colocando-o entre você e o objeto. Ainda focando em
observar o objeto perceba que se formam duas imagens do seu polegar e que, por
mais que se esforce para colocar o polegar em frente ao objeto, você continua
enxergando o objeto. Agora, feche e abra alternadamente cada olho. Você
percebeu que cada olho enxerga uma imagem levemente diferente? Hora o objeto
está de um lado do polegar, hora ele estará do outro lado.
Explicação!!!
Isso aconteceu pelo fato de
termos 2 olhos frontais que estão deslocados lateralmente em torno de 10 centímetros.
Cada olho recebe uma imagem de uma perspectiva levemente deslocada da outra e o cérebro junta as
duas imagens fazendo com que você enxergue nitidamente, e por ordem de
profundidade, os objetos. Assim, ao abrir e fechar alternadamente os olhos seu
cérebro recebe apenas a imagem de cada olho por vez o que faz com que sejam
percebidas imagens diferentes.
1.3 Teste da Visão Binocular e a Percepção de Profundidade
No vídeo abaixo apresento uma forma bem prática de testar a sua visão binocular. Após assistir ao vídeo, chame uma pessoa e reproduza o que foi proposto nele.
Foi justamente após o entendimento sobre cada olho enxergar uma imagem diferente que começou-se a pensar em situações que poderiam fazer com que, a partir de imagens bidimensionais, percebêssemos a dimensão da profundidade.
1.4 Conclusão
Para finalizarmos, gostaria que você refletisse sobre o assunto e respondesse nos comentários e de forma bem objetiva a seguinte questão: qual a condição obrigatória para que possamos enxergar vídeos e imagens 3D?
Fico no aguardo do seu comentário e espero que tenha gostado.